Título original: Windhaven
Autores: George R. R. Martin & Lisa Tuttle
Editora: Leya
Ano: 2018
Páginas: 461
Para saber mais: Skoob
Livro recebido em parceria com a editora.
Sinopse: Após um desastre espacial, os tripulantes de uma nave intergaláctica passam a habitar uma região que chamam de Santuário dos Ventos, um mundo de pequenas ilhas, de clima difícil e mares infestados por monstros. Composta de inúmeros arquipélagos, a comunicação entre os povos era praticamente impossível – até a descoberta de que, devido à baixa gravidade e à sua densa atmosfera, os humanos poderiam voar pelos mares com a ajuda de asas de metal. Não por acaso, ninguém tem mais prestígio que os voadores, responsáveis por levar notícias para os mais diversos pontos do Santuário. Essas figuras deslumbrantes que cruzam os oceanos traiçoeiros, enfrentando ventos revoltosos e tempestades súbitas, formam também uma espécie de elite privilegiada, pois suas asas só podem ser passadas de forma hereditária. É nesse cenário que a jovem Maris é criada por Russ, um voador, e tudo o que ela mais deseja é voar pelas correntes acima do Santuário dos Ventos. No entanto, a tradição afirma que as asas de Russ só podem ser passadas para seu filho legítimo. E, para os voadores, permitir que qualquer um se junte à sua sociedade é uma ideia que beira a heresia. Inconformada, Maris recorrerá a tudo que estiver a seu alcance para conquistar as preciosas asas – abalando a sociedade em que vive e gerando uma série de novas questões morais entre os voadores e os “confinados à terra”. Afinal: quem merece ganhar os céus do Santuário dos Ventos? E até que ponto a benção se torna também uma maldição?
Sobre o livro
Um desastre espacial fez com que tripulantes intergalácticos habitassem o Santuário dos Ventos, uma zona com muitas ilhas, em uma região de fortes ventos, o que torna o meio de comunicação entre os arquipélagos uma dificuldade. Contudo, logo eles descobrem que podem voar entre uma ilha e outra com asas feitas com os metais de sua nave. Assim nascem os voadores, os mensageiros responsáveis por manter os locais informados de tudo que acontece nas ilhas.
O sonho de Maris é voar como os voadores, suas asas de seis metros encantam a menina, desde que ela se conhece por gente. Seu sonho, que parecia impossível de realizar, pois a lei dos voadores dá somente ao filho legitimo de um voador o direito a herdar as asas, fica mais próximo quando Russ, um voador, decide criar a menina.
Depois de muitos anos, Maris decide lutar pelo direito que acredita ter: ficar com as asas do treinador, pois ela se considera a melhor para o cargo de voadora. Assim ela levanta a questão entre toda a comunidade de voadores, quem merece ganhar o direito a voar, o melhor ou quem o tem por causa de seu sangue?
Minha opinião
Tudo que leva o nome de grande George R. R. Martin me atrai de alguma forma, por isso com esse livro não foi diferente. A premissa de que só uma pequena camada da sociedade possui o direito de voar e que uma figura feminina está disposta a mudar isso é um prato cheio para quem gosta de uma boa fantasia. Martin e Tuttle construíram uma trama original e muito bem elaborada.
A história do livro, que foi publicado originalmente em 1982, começa em 1975, quando os autores publicaram pela primeira vez o texto que abre Santuário dos Ventos, Tempestades. Depois de ganhar o Locus de Melhor Novela, a dupla teve certeza de que precisavam expandir esse universo, assim em 1980, a continuação, com o nome de Uma-Asa, sai em duas partes na mesma revista. Então, eles percebem que podem transformar os textos em um romance, até que depois de algumas mudanças, concluem a narrativa com a terceira parte A Queda, que entrou direto na versão final livro.
Sendo assim, a história permaneceu dividida em três partes, todas com foco num momento especifico da vida da protagonista, mesmo com a diferença de anos de uma narrativa para a outra tudo fica fazendo sentido dentro da trama, não senti falta de nada.
O Santuário dos Ventos possui um mundo muito bem apresentado, as informações sobre ele e sobre seu sistema vão sendo apresentadas aos poucos, muitas vezes através de canções. Há uma trama política bem elaborada sobre o direito a voar. Sempre foi tradição o filho mais velho herdar as asas do pai, contudo aqui Coll, o filho de Russ, quer ser músico, ele nem se importa com as asas. Já Maris, que deseja mais que tudo o par, não tem o direito pois não é filha legítima. E a partir disso que vamos acompanhar todas as questões levantadas por Maris e por sua sede de mudança, não é somente o direito de voar que é questionado, mas também o direito dos filhos dos voadores de escolherem se querem ou não ficar com as asas de seus pais.
Maris é uma personagem complexa e muito bem desenvolvida, acompanhamos uma boa parte da vida dela, e com isso conseguimos ver sua evolução em cada arco da história. No início, ela tem uma personalidade muito sonhadora e determinada, tem prazer em voar e não vê sentido sua vida sem isso. Durante sua trajetória, muita coisa acontece e o mundo muda, assim Maris muda junto com ele, transformando-se em uma mulher madura e centrada. É com ela que os autores mostram todo o processo de mudança, deste o momento de rebeldia até o questionamento sobre as consequências de adaptação que vem com ela. Outro personagem que ganha destaque pela sua complexidade é Val Uma-Asa, eu demorei para gostar dele, mas depois que entendi suas motivações, simpatizei um pouco mais com seu modo de ser.
O Santuário dos Ventos me surpreendeu com uma trama política bem elaborada e cheia de questionamentos. Mesmo não sendo meu livro preferido do George, eu recomento para quem quer começar a ler livros do autor, e é claro para os fãs de Martin.
Lê!
ResponderExcluirO que mais gosto no autor é que ele consegue construir uma ficão/fantasia bem elaborada, com personagens bem construídos e ainda insere assuntos relacionados a realidade, principalmente questões sociais e políticas bem discutíveis, fascinante.
cheirinhos
Rudy
Olá, Lê!
ResponderExcluirVocê acredita que nunca li livros do George? Pois é...
Pesquisei mais sobre ele, me parece que tem uma diagramação muito bonita. Minhas amigas adoram o Martin, quem sabe já não descolo um presente de natal pra elas, né?!
Beijos, obrigada pela dica.
Eu sinceramente não sabia que o George tinha lançado mais um livro. Eu ainda espero a continuação de Game of Thrones e de Wild cards. Não fiquei tão empolgada com esse novo lançamento dele mas eu vou dar uma olhada mas a frente novamente neste livro já que parece ter uma diagramação muito bonita
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