Resenha: A Incendiária - Stephen King


Título: A Incendiária
Título original: Firestarter
Autor: Stephen King
Tradução: Regiane Winarski
Editora: Suma
Ano: 2018
Páginas: 448
Para saber mais: Skoob
Livro recebido em parceria com a editora.
Sinopse: Andy e Vicky eram apenas universitários precisando de uma grana extra quando se voluntariaram para um experimento científico comandado por uma organização governamental clandestina conhecida como “a Oficina”. As consequências foram o surgimento de estranhos poderes psíquicos — que tomaram efeitos ainda mais perigosos quando os dois se apaixonaram e tiveram uma filha. Desde pequena, Charlie demonstra ter herdado um poder absoluto e incontrolável. Pirocinética, a garota é capaz de criar fogo com a mente. Agora o governo está à caça da garotinha, tentando capturála e utilizar seu poder como arma militar. Impotentes e cada vez mais acuados, pai e filha percorrem o país em uma fuga desesperada, e percebem que o poder de Charlie pode ser sua única chance de escapar.



Sobre o livro

Quando Andy e Vicky se conheceram, eles estavam participando, com mais 10 pessoas, de um experimento em troca de dinheiro. Esse teste foi comandado por um professor, conhecido como Doutor Louco, que injetou, em cada um dos doze voluntários, um soro. Contudo, somente a metade dessas pessoas receberam o soro contendo uma droga chamada Lote Seis. Andy e Vick fazem parte dos testados que receberam o soro adulterado, o resultado disso foi que eles adquiriram poderes psíquicos.

Depois de anos, os dois se casaram e tiveram uma filha, Charlene McGee. Charlie herdou os genes modificados dos pais e nasceu com o dom da pirocinesia, isso significa que ela pode colocar fogo em tudo que quiser com o poder da mente. Por ter esse grande e perigoso poder, a menina foi criada sob severas restrições e cuidados extremos dos pais.

Agora, a Oficina, a sociedade secreta responsável pelo Lote Seis, está atrás deles, pois estão matando todos os envolvidos no experimento, inclusive Vicky foi assassinada há algum tempo. Então, por isso, pai e filha estão em fuga, e, no meio de toda essa correria, Andy percebe que proteger a filha não vai ser tão simples assim. Pois ele, além de usar seus próprios poderes para salvar a vida deles, terá que incentivar Charlie a fazer a única coisa que ela foi proibida o tempo todo, tacar fogo.




Minha opinião

Minha experiência lendo Stephen King está aumentando, já li contos de gêneros variados e romances de terror, fantasia e, agora, ficção científica. A Incendiária foi publicado 1980 e ganhou agora uma nova versão este ano para a Biblioteca King, coleção que relança em edições lindas e revisadas grandes clássicos do autor. Aqui temos a apresentação de uma realidade com pessoas que desenvolvem poderes psíquicos.

Sinceramente, eu acreditava que o foco do livro ia ser na Charlie, pois o título leva a isso, já que é ela que tem pirocinese, capacidade psíquica que permite uma pessoa criar e controlar o fogo com a mente, contudo me enganei, pois é seu pai, Andy, é o centro da narrativa, na minha opinião. Inclusive há vários capítulos que apresentam o passado de como ele e Vicky, a mãe de Charlie, adquiriram seus poderes.



O pai Andy é muito determinado a salvar a filha, e isso fica evidente o tempo todo, ele está disposto a fazer o que for necessário pelo bem de Charlie. Andy tem o poder de influenciar a mente de outras pessoas a fazer o que ele quer, mas isso tem sérias consequências nele, que acaba sofrendo com grandes dores de cabeça.

Ela está gostando, pensou Andy com certo horror. É por isso que tem tanto medo? Porque gosta?

Charlie é uma menina muito querida e delicada, ela foi criada escutando que o fogo que ela pode produzir não é uma coisa boa, pois é perigoso e pode machucar outras pessoas. Então se vê em um conflito quando o pai incentiva o uso do poder. Sua luta interna é tão grande que sempre que precisa colocar fogo em algo, ela chora. Seu amor pelo pai é enorme, e ela está disposta a fazer qualquer coisa por ele, mostrando assim como é madura para uma simples criança.

Um personagem muito curioso na trama é o Rainbird, o Índio, ele foi contratado pela Oficina para capturar os McGee. Sua imagem é de um homem durão e determinado a cumprir sua missão. Porém há algo de estranho e suspeito nele, pois sempre que fala sobre Charlie, ele usa um tom que beira o desejo sexual. Isso é um pouco assustador, e essa era a intenção de King, pois em uma boa parte do livro, mais para o final, o objetivo do autor era mostrar com algumas passagens o despertar sexual de Charlie. Eu não gostei muito dessas partes e nem concordo muito em ver as coisas dessa maneira, pois é estranho ver algumas falas com teor mais sexual envolvendo uma criança.


A narrativa é centrada o tempo todo no presente, a fuga de Andy e Charlie, mas esses capítulos são intercalados com os que mostram o passado, como Andy se envolveu com o Lote Seis. No presente, são poucos momentos de calmaria para eles, mas mesmo assim tudo é narrado de forma bem lenta e arrastada. Há poucas, porém boas, cenas de ação envolvendo Charlie e seu poder, o que faz a leitura ter picos o tempo todo. Para mim, foram esses episódios que salvaram o livro de ser uma leitura chata e entediante.

Aqui somos apresentados à Oficina, instituição secreta do governo, que faz o experimento com o Lote Seis. King vai inseri-la em seu multiverso, colocando-a como culpada de mais testes e problemas em outras obras, como em A Dança da Morte e O Nevoeiro.

A Incendiária é um livro com uma trama muito interessante, envolvendo misteriosos experimentos de uma misteriosa organização e perseguições que só o governo americano sabe como fazer. A leitura é lenta e demorada, contudo o final é digno de cinema. Com certeza um livro que todo fã do autor deve ler!


4 comentários

  1. Oi Lê,
    O melhor dessa Biblioteca Stephen King é poder ver livros antigos do autor sendo publicados novamente (em edições dignas de colecionador) e poder finalmente conhecer essa histórias. Confesso que A Incendiária é um dos livros do autor que não conhecia, mas como sempre fiquei bem intrigada com o enredo. A parte sobre os poderes é bem surreal e voltada mais para o lado fantástico do King, misturado a ficção científica e me lembra um pouco de Carrie: A estranha. Acho que trazer o Andy como o protagonista faz sentido, pois foi com ele e sua esposa que se deu início a essa história. É interessante como o autor trás a questão do certo e errado através dos poderes de Charlie e a mesma entra em conflito sempre que precisa fazer o que ela foi ensinada a considerara como errado ou ruim. Sobre a narrativa, até para quem é fã vai ter alguns momentos onde a trama não ser tão envolvente, mas isso não diminui o talento que o autor tem para a escrita.

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  2. Oi Lê.
    Ainda não li nada do autor, pois sou muito medrosa e não sou fã do gênero terror, apesar de já ter visto alguns filmes.
    Não conhecia a trama de A incendiária e achei bem interessante. Achei ótimo não ser do gênero terror. Acho que vou começar a minha leitura dos livros do autor por ele.
    Deve ser uma situação bem difícil para Charlie começar a usar o seu poder, depois de tanto tempo escutar que seus poderes podem machucar os outros.
    Achei essa edição lindíssima.
    Beijos

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  3. Ah, essas edições da Biblioteca SK estão todas lindíssimas, A incendiária é o único que ainda não tenho, quero muito adquirir, mas tô esperando alguma promoção, porque esse é bem carinho haha. O King é mestre né?! Ainda não li este, mas pretendo comprar essa edição.

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  4. Eu sou apaixonada por King desde a minha adolescência, quando tive o primeiro contato com o autor lendo O Iluminado, que até hoje é um dos melhores livros dele para mim. Esse título em específico eu ainda não tive a oportunidade de ler, mas é sempre bom ver o autor se aventurando em gêneros que não são o terror e o horror. Eu achei a premissa do livro e todo o universo criado bem interessante, apesar de também discordar da conotação sexual. A edição tá linda, acho que a Suma faz ótimos trabalhos com os livros do King.

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