Resenha: A Alma da Marionete - John Gray

Título: A Alma da Marionete
Título original: The soul of the marionette
Autor: John Gray
Tradução: Clóvis Marques
Editora: Record
Ano: 2018
Páginas: 126
Para saber mais: Skoob
Livro recebido em parceria com a editora.
Sinopse: Diante da possibilidade de ser livre, todos querem a liberdade. Será? Baseamos nosso conceito de existência na ideia de que temos o domínio de nossas ações, de nossa consciência e de nosso mundo, mas somos escravizados pela suposta liberdade ilimitada diante de nós, sem perceber que a vida humana é pautada pela ansiedade de decidir como viver. John Gray une conceitos de gnosticismo, ficção científica e ocultismo, e costura tradições religiosas, filosóficas e fantásticas para questionar a ideia de liberdade humana. Uma reflexão instigante e original, que mostra que a liberdade é uma ilusão e que, tal como ocorre às marionetes, os humanos sonham em fugir do martírio de fazer escolhas.




Faz pouco tempo que tenho procurado livros que levantem questões mais filosóficas sobre a vida e a essência do ser humano. Estou gostando muito de pensar e filosofar sobre questões envolvendo esses assuntos, e foi por isso que quando vi o titulo do livro pensei em lê-lo. Pois a liberdade humana é um assunto que gosto de debater com meus amigos e familiares, acredito que não somos realmente livres. Por isso, minha expectativa era de uma leitura intensa e com muitos questionamentos. Eu não estava errada, A Alma da Marionete deu muitos nós na minha cabeça e vez eu pensar como nunca.

Logo de início, o autor faz uma comparação do ser humano com uma marionete sendo manipulada pelo titereiro. Com isso, John defende que a marionete é mais livre que nós, pois ela, por ser inanimada, não precisa fazer escolhas, já o ser humano está sempre tendo que escolher, sendo assim não somos livres. Só por esse começo, já dá para perceber o quão complexo vai ser a abordagem do autor. Eu gostei muito desse início, fiquei super empolgada para ver o que mais o Gray iria me apresentar.



E a partir desse princípio que o autor vai construindo seus argumentos para provar que nós seres humanos não queremos mais ter essa liberdade de escolher, pois não conseguimos lidar com a dúvida. John vai abordando e entrelaçando a essa ideia o passado histórico, as religiões e o avanço da civilização. Ele mostra também como obras e pensamentos de outros autores, como Mary Shelley, Philip K. Dick e Poe, já falavam sore esse assunto, em seus escritos, há muito tempo. Gostei muito dessa parte, pois são autores que já li e conheço um pouco da história deles, foi legal ver ele mostrando como esses autores abordam o agnosticismo em suas obras.


...se liberdade significa deixar que os outros vivam como quiserem, sempre haverá muitos que se sintam felizes sem liberdade.

A escrita de John Gray é extremamente simples e direta, contudo muitos conceitos abordados por ele não eram do meu conhecimento. Por isso eu tive que, durante a leitura, pesquisar algumas informações apresentadas. Questionamentos e abordagens filosóficas não faltam, confesso que muitas vezes não entendi o que autor estava falando, pois algumas ideias defendidas foram trabalhadas de forma muito profunda para a minha humilde cabecinha.

Com questões que vão além de simples questionamentos sobre liberdade humana, a leitura de A Alma da Marionete é um exercício mental para quem gosta de pensar muito. 


5 comentários

  1. Lê!
    Gosto também de livros mais filosóficos em que podemos questionar vários paradigmas existenciais, embora exija um pouco mais de reflexão e raciocínia de nossa parte, oq ue não quer dizer que temos de concordar com as premissas levantadas pelo autor.
    cheirinhos
    Rudy

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  2. Gosto muito do autor por sempre trazer livros que nos fazem refletir, li homens são de Marte,as mulheres são de Vênus e adorei.
    Vou anotar sua indicação para uma próxima compra.

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  3. Oi Lê.
    Parece um livro bem interessante.
    Mas acho que o autor podia ter colocado uma nota sobre alguns conceitos menos conhecidos pela população em geral, para pelo menos o leitor ter uma ideia sobre o que ele estava falando e não ter que ficar fazendo pesquisas por fora.
    Eu comecei a ler um livro que fala que aborda um tema parecido com o do livro. chama The paradox of choice, no qual, aparentemente, ter muitas escolhas parece beneficiar o consumidor, muitas vezes é o contrário rs pois são tantas opções que para você escolher A MELHOR opção você gastaria muito tempo fazendo pesquisas de preço/qualidade/entre modelos, por exemplo.
    Beijos

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  4. Gostei bastante da proposta do livro, parece nos levar a questionamentos inquietantes, gosto deste tipo de leitura. Fiquei bem interessada, ainda não li nada deste autor, anotarei a indicação!

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  5. Eu confesso que livros filosóficos e derivados fogem um pouco da minha zona de conforto de leitura, mas esse me interessou por abordar um tema tão inerente e ao mesmo tempo tão distante de todos nós. Acho que a leitura seria um pouco lenta, eu demoro um tempo para absorver teorias mais complexas, mas ainda assim acredito que ela valeria a pena pelas reflexões que suscita e que com certeza impactariam na minha visão de mundo e do próprio ser humano.

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