Resenha: O Beijo Traiçoeiro - Erin Beaty

Título: O Beijo Traiçoeiro
Título original: The Traitor's Kiss
Série: Traitor's #1
Autora: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Ano: 2017
Páginas: 440
Para saber mais: Skoob
Livro recebido em parceria com a editora.
Sinopse: Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.



O Beijo Traiçoeiro é o primeiro volume da trilogia Traitor's. O segundo volume, The Traitor's Ruin, tem previsão de lançamento, lá nos Estados Unidos, para o primeiro semestre de 2018.


Sobre o livro

Após a morte do pai, Sage Fowler foi morar com os tios. A menina agora com 16 anos é tutora dos primos, mas tem a sensação de não pertencer àquele lar, ela não vê a hora de ir embora e tornar-se aprendiz de alguma profissão. Mas os planos de seu tio são outros, ele acha que ela já está na idade de casar, sendo assim, ele procura uma renomada casamenteira para arrumar o esposo ideal à sobrinha, o problema é que a última coisa que Sage quer na vida é casar. Por isso, no dia com a entrevista com Darnessa Rodelle, ela não se porta como uma legitima dama, e a casamenteira desiste de arrumar um marido para Sage.

Mas após esse episódio, Sage vira aprendiz de Darnessa. No reino de Demora são as casamenteiras que decidem as uniões matrimoniais dos nobres. Como aprendiz, seu trabalho vai ser ajudar a senhorita Rodelle a observar as moças e os rapazes que contratam o serviço da casamenteira. Além disso, o Corcordium, evento que reúne as noivas e os pretendentes para firmarem seus acordos de casamento, está chegando, e Sage tem a obrigação, nessa viagem que tem duração de um mês até a capital onde será o evento, de fazer amizade com as noivas e conseguir o máximo possível de informações sobre elas para a casamenteira.



Nessa longa viagem, elas serão escoltadas por um grupo de soldados comandados pelo capitão Alexander Quinn. Mas a missão de Quinn não é somente proteger as noivas, ele também deve descobrir o que o general D'Amirar está tramando contra o reino. Com o intuito de coletar informações desses soldados para futuros casamentos, Sage se aproxima de Ash Carter, mas ele não vê isso com bons olhos e acha que ela é na verdade uma espiã.

Sendo assim, Ash Carter tem a missão de descobrir mais sobre a misteriosa moça. Mas os acontecimentos tomam outro rumo, e, sem menos esperar, Sage está envolvida em uma investigação e trabalhando para o pelotão como espiã. Além disso ela precisa lidar com seus novos sentimentos pelo soldado Carter.


Minha opinião

Sinceramente, eu acreditava que o foco do livro ia ser no romance, mas me enganei, pois ele fica em segundo plano, sendo a problemática principal uma trama politica. Erin desenvolveu muito bem toda a relação entre o casal, tudo aconteceu de maneira natural e sem pressa.

Gostei muito da construção dos personagens, a autora soube desenvolvê-los com calma e tudo acontece no seu tempo. Sage tem uma personalidade muito forte, é determinada, teimosa, dedicada, tem prazer em aprender e ensinar. Gostei muito dela, mesmo ela sendo a mais inteligente e quebradora de regras e padrões. Apesar de aparecer somente em momentos-chave da trama, a casamenteira Darnessa é uma personagem muito forte, sábia e esperta. O que não poderia ser diferente já que ela faz parte do grupo de mulheres que tem total poder sobre as alianças políticas do reino.



De todas as noivas que estão fazendo a viagem, só conhecemos duas, Jacqueline e Clare, a primeira uma mulher fútil e esnobe, e a segunda uma moça insegura e com medo, que só quer um bom casamento. Sempre as outras noivas são citadas, elas são retardadas como Jacqueline. Isso pode fortalecer ideias preconceituosas sobre as mulheres, pois vivemos em uma sociedade machista e precisamos acabar com esse tipo de preconceito. Sendo assim, entramos no ponto em que a autora resolveu fazer com que Sage simplesmente ignorasse essas outras moças sem se importar com o destino delas. Apesar de isso ser considerado uma falha no livro, confesso que eu gostei tanto de toda a história que isso não foi verdadeiramente um problema para mim.

Os personagens masculinos, são ótimos. Ash Carter, Quinn e Casseck são os que ganham destaque nos acontecimentos, eles possuem essência e cada um tem a sua história, que foi bem trabalhada. Eu fiquei complemente apaixonada pelo Charlie, irmão do capitão Quinn e pajem do pelotão. Que menino mais fofo e querido, ele está sempre disposto a ajudar e não vê a hora de entrar para o exército.


A narrativa em terceira pessoa tem o foco em Sage, mas em alguns momentos acompanhamos outros personagens. Gosto muito de livros escritos dessa maneira, pois a visão de tudo que está acontecendo possibilita maior entendimento de toda a trama e deixa a leitura mais dinâmica. A escrita de Erin Beaty é super gostosa, leve, envolvente. O início do livro pode parecer mais lento, pois a autora introduz e explica bem o mundo e faz uma ótima introdução dos personagens.

Erin Beaty insere logo após a metade do livro um plot twist bem bacana. Eu até desconfiei em um determinado momento que ela poderia estar tentando enganar o leitor, mas não levei a minha desconfiança a sério.  Para quem prestar bem atenção em alguns acontecimentos pode ser que descubra um pouco antes a jogada da autora. Além disso, Erin mostra que não tem pena em fazer o leitor sofrer, o que me deixou um pouco revoltada.
Representamos vários papeis ao longo da vida... isso não faz com que todos sejam mentira.
O livro era para ser inicialmente um stand alone, mas os editores de Erin acharam melhor ela transforar a história em uma trilogia. Acho que isso explica a falta de um grande cliffhanger no final, mas a autora deixa pontas soltas para o próximo volume. Mesmo fazendo parte de uma trilogia, a trama inicial desse livro, mesmo não sendo totalmente resolvida, tem início, meio e fim.

O Beijo Traiçoeiro me surpreendeu com uma trama política bem elaborada, uma boa dose de aventura, algumas traições, uma pitada de romance, algumas conspirações e boas reviravoltas. Aguardo ansiosa pelo segundo livro. 

Um comentário

  1. Não dava tudo isso para esse livro, Lê!
    Gostei muito de como você descreveu o livro através da sua experiência pessoal. Adoro livros que conseguem trabalhar o romance e outras questões de forma balanceada. O fato de ser um livro com foco em mais de um personagem na narrativa, realmente dá uma dinâmica maior e livros dessa forma sempre viram meus queridinhos.

    beijos
    Psicose da Nina | Instagram
    Colunista no Estante Diagonal

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